Pallade Veneta - Chefe da milícia Wagner está na Rússia, diz presidente bielorrusso

Chefe da milícia Wagner está na Rússia, diz presidente bielorrusso


Chefe da milícia Wagner está na Rússia, diz presidente bielorrusso
Chefe da milícia Wagner está na Rússia, diz presidente bielorrusso / foto: Alexander Nemenov - AFP

O presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, disse nesta quinta-feira (6) que o chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, que recentemente se rebelou contra os comandantes militares do presidente Vladimir Putin, estava na Rússia.

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"Quanto a Prigozhin, ele está em São Petersburgo. Onde ele está esta manhã? Ele pode ter partido para Moscou ou outro lugar, mas não está em território bielorrusso", disse Lukashenko em entrevista coletiva à imprensa estrangeira em Minsk.

O presidente bielorrusso intermediou o acordo que pôs fim à revolta de 23 e 24 de junho de Prigozhin, cujas milícias desempenharam um papel de liderança na ofensiva russa na Ucrânia. Esse pacto previa que o mercenário se exilasse em Belarus, aliada e vizinha da Rússia.

Lukashenko garantiu em 27 de junho que Prigozhin havia chegado a Belarus.

"Tenho certeza de que ele está livre", disse Lukashenko nesta quinta-feira, afirmando que conversou com Prigozhin por telefone no dia anterior, que lhe garantiu que continuaria "trabalhando para a Rússia".

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, quando questionado sobre o paradeiro de Prigozhin, respondeu: "Não estamos acompanhando seus movimentos."

Putin, que denunciou Prigozhin como um "traidor", deu aos combatentes de Wagner a opção de ingressar no exército regular, ir para Belarus ou retornar à vida civil.

Mas, de acordo com Lukashenko, os combatentes de Wagner também estão "em seus acampamentos permanentes" na Ucrânia e não em Belarus, "no momento".

O presidente bielorrusso também garantiu que a questão da "transferência" de Wagner para Belarus "não está resolvida", ao mesmo tempo em que disse estar convencido de que o grupo paramilitar russo não se rebelará ou usará suas armas contra seu governo.

Após o motim de 24 horas que abalou o Kremlin, Prigozhin garantiu que não queria tomar o poder, mas proteger o grupo Wagner do risco de ser desmantelado pelo Estado-Maior russo, que acusa de incompetência no conflito na Ucrânia.

- Mísseis contra Lviv -

Na Ucrânia, Lviv (oeste) foi alvo de uma salva de mísseis russos durante a noite, que danificaram mais de 30 prédios, segundo autoridades locais.

"Este é o ataque mais destrutivo contra a população civil da região de Lviv desde o início da guerra", disse o chefe da administração militar regional, Maksym Kozytsky, no Telegram.

Ao menos cinco pessoas morreram e 37 ficaram feridas, segundo o Ministério do Interior.

"Acordei com a primeira explosão, mas não tivemos tempo de sair do apartamento. Houve uma segunda explosão, o teto começou a cair", disse à AFP Olya, uma moradora.

"Minha mãe morreu, meus vizinhos morreram. Neste momento, parece que sou a única que sobreviveu no quarto andar", acrescentou.

O exército russo alegou que havia atacado locais de "implantação temporária" de soldados ucranianos. "Todas as instalações designadas foram afetadas", disse o Ministério da Defesa.

Na usina nuclear de Zaporizhzhia (sul), a maior da Europa, que está nas mãos das tropas russas desde março de 2022, as tensões estão "diminuindo", disse Nataliya Gumenyuk, porta-voz do exército ucraniano. Ambos os lados se acusaram nesta semana de planejar ataques contra a usina.

Quase um mês após o início da contraofensiva ucraniana, o Estado-Maior anunciou progressos "em alguns lugares" ao redor da devastada cidade de Bakhmut.

As forças armadas ucranianas enfrentam poderosas linhas de defesa russas e pedem às potências ocidentais que acelerem suas entregas de armas, particularmente caças F-16 dos EUA e munição de artilharia.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, chegou à Bulgária, produtora de munição, nesta quinta-feira para uma visita oficial para discutir a entrega de armas e a adesão de seu país à Otan, antes de uma grande cúpula transatlântica da Otan em Vilnius (Lituânia), em 11 e 12 de julho.

Zelensky também visitará Istambul na sexta-feira para conversas com o chefe de Estado turco, Recep Tayyip Erdogan, enquanto Moscou ameaça se retirar do acordo negociado pela Turquia sobre as exportações de grãos ucranianos.

A.Graziadei--PV