Pallade Veneta - Governo da Colômbia considera 'incompreensível' que ELN continue sequestrando

Governo da Colômbia considera 'incompreensível' que ELN continue sequestrando


Governo da Colômbia considera 'incompreensível' que ELN continue sequestrando
Governo da Colômbia considera 'incompreensível' que ELN continue sequestrando / foto: JOAQUIN SARMIENTO - AFP

O ministro da Defesa da Colômbia, Iván Velásquez, tachou de "incompreensível" nesta quinta-feira (6) o fato de o ELN ter sequestrado uma sargento e seus dois filhos de seis e oito anos enquanto negocia a paz com o governo.

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Dias antes da trégua bilateral que começou hoje, os guerrilheiros sequestraram a família, quando ela se deslocava por uma área próxima da fronteira com a Venezuela, na segunda-feira 3 de julho.

"O Exército de Libertação Nacional [ELN] tem que dar demonstrações claras de sua vontade de paz. É incompreensível que, no mesmo dia em que o comando central emite um comunicado louvando e convocando todos os membros dessa organização [...] a suspenderem as operações ofensivas, nesse mesmo dia, essa organização criminosa teria cometido atos contra pessoas que estavam indefesas", declarou o chefe da pasta durante visita ao porto de Buenaventura, no litoral do Pacífico.

Velásquez pediu a "rápida libertação" dos reféns e lembrou que o cessar-fogo não impede que as forças de segurança continuem as operações contra as finanças da guerrilha, nem os "trabalhos de inteligência".

O comando da guerrilha e o governo negociam desde novembro com vistas a encerrar seis décadas de conflito armado. As partes têm a intenção de ampliar a trégua atual e também colocar fim às extorsões, aos sequestros e outros crimes a partir de 3 de agosto. O próximo ciclo de conversas acontece em 14 de agosto na Venezuela, com o objetivo de desarmar cerca de 5.900 combatentes.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh) na Colômbia condenou o sequestro das três pessoas, "entre eles um menino com deficiência (autismo)".

- Porto incendiado -

A declaração de Velásquez aconteceu em meio a uma visita ao porto de Buenaventura, assolado pela violência entre criminosos e o narcotráfico. Dezenas de militares e policiais reforçavam a segurança das comunidades onde, dias antes, cerca de 20 homens encapuzados e armados com fuzis semearam terror.

"[Viemos diante] do risco que a população corre em virtude do enfrentamento de grupos e atores armados que estão presentes nas comunidades [...] que mostra qual é a situação de dificuldade que a população está passando", declarou Velásquez.

Por essa cidade de aproximadamente 320.000 habitantes passa 40% do comércio internacional da Colômbia e também é uma rota cobiçada para o tráfico de drogas para a América Central e o México.

No contexto de sua política de "paz total", o governo de Gustavo Petro (esquerda) faz a mediação entre Shottas e Espartanos, as principais organizações criminosas da cidade, para acabar com a violência. Em setembro, os dois grupos firmaram uma trégua.

Petro aposta em uma saída negociada para o conflito interno que continua apesar da assinatura do acordo de paz com a guerrilha das Farc em 2016.

Guerrilheiros, traficantes, paramilitares e agentes estatais estão em conflito há cerca de meio século, uma guerra sangrenta que já deixou mais de nove milhões de vítimas, a maioria deslocados.

L.Bufalini--PV