Pallade Veneta - Principais líderes da Otan se reúnem na Lituânia antes da cúpula decisiva

Principais líderes da Otan se reúnem na Lituânia antes da cúpula decisiva


Principais líderes da Otan se reúnem na Lituânia antes da cúpula decisiva
Principais líderes da Otan se reúnem na Lituânia antes da cúpula decisiva / foto: PETRAS MALUKAS - AFP

Os principais líderes da Otan se reúnem na Lituânia nesta segunda-feira (10), na véspera de um encontro de cúpula decisivo da Aliança Atlântica sobre a invasão russa da Ucrânia e os pedidos de adesão de Estocolmo e Kiev.

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Os membros da aliança militar querem dar garantias do seu compromisso para defender a Ucrânia, em um momento em que as forças ucranianas realizam uma lenta contraofensiva para retomar as áreas ocupadas pelos russos.

Kiev afirmou nesta nesta segunda-feira (10) que retomou 14 quilômetros quadrados de território na semana passada, ou seja, um total de 193 km2 desde o início da contraofensiva em junho.

Para a Ucrânia é crucial estar sob a proteção da Otan para impedir Moscou de lançar novas ofensivas e, por isso, exige, juntamente com os países do leste da Europa, que a aliança estabeleça um roteiro claro nestes dois dias de cúpula.

Mas os Estados Unidos e a Alemanha insistem em uma promessa vaga sobre a adesão futura da Ucrânia, sem definir um cronograma.

O presidente dos EUA, Joe Biden, deixou claro: "Não acho que esteja pronta para ingressar na Otan", disse ele em entrevista à CNN, acrescentando que também não há unanimidade entre os aliados sobre a integração da Ucrânia "em meio a uma guerra".

"Estaríamos em guerra com a Rússia se fosse esse o caso", alertou.

O Kremlin considerou, nesta segunda-feira, que a entrada de Kiev na aliança seria "muito negativa" para a segurança na Europa.

No entanto, uma autoridade ocidental, que pediu anonimato, afirmou nesta segunda-feira que a Otan deve retirar um grande obstáculo à adesão da Ucrânia à aliança.

O funcionário disse à AFP que os aliados "estão dispostos" a remover o requisito do Plano de Ação para a Adesão.

"Os aliados da Otan estão prontos para dar esse passo como um sinal de que a Ucrânia fez progressos em seu caminho para a adesão", acrescentou.

- Críticas às bombas de fragmentação -

Para contra-atacar esta posição e mostrar o seu apoio, vários pesos pesados da Otan negociam possíveis compromissos de fornecimento de armas a Kiev a longo prazo.

Desde o início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, o país recebeu dezenas de bilhões de dólares em equipamentos militares.

Washington prometeu, na sexta-feira, enviar as controversas bombas de fragmentação.

Proibidas em muitos países, essas armas matam indiscriminadamente ao espalhar pequenas cargas explosivas antes ou depois do impacto, e podem causar inúmeras vítimas civis colaterais.

Biden, que admitiu ter sido uma decisão "difícil", se reuniu nesta segunda-feira, em Londres, com o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, que fez um apelo neste fim de semana para não usar este tipo de bombas.

A China alertou sobre os "problemas humanitários" que essas munições podem causar e a Rússia denunciou o envio, chamando-o de "demonstração de fraqueza".

A guerra na Ucrânia, que completou 500 dias no fim de semana, deixou 9.000 civis mortos, incluindo 500 menores de idade, segundo a ONU, que estima que o número de mortos seja bem maior.

- Adesão da Suécia -

Outra questão espinhosa que os membros da Otan abordarão nesta cúpula é a adesão da Suécia, que deseja se tornar o 32º membro da aliança, mas que encontra oposição do presidente turco Recep Tayyip Erdogan.

Desde junho de 2022, a Suécia tem o status de "convidada" na Otan, mas a Turquia se opõe à candidatura. A Hungria, outro país que também bloqueia o processo, disse que aceitaria caso Ancara autorizasse.

Erdogan reprova a tolerância da Suécia com militantes curdos que se refugiaram no país escandinavo e pede dezenas de extradições desses ativistas que, segundo ele, são "terroristas".

O presidente turco garantiu, porém, nesta segunda-feira, que apoiará a entrada de Estocolmo na Otan caso a União Europeia (UE) retome as negociações de adesão da Turquia ao bloco.

"Primeiro abra o caminho para a adesão da Turquia à União Europeia e depois abriremos o caminho para a Suécia", disse Erdogan.

A Suécia e a vizinha Finlândia encerraram décadas de não alinhamento militar para se candidatarem à adesão à Otan após a invasão da Ucrânia pela Rússia. A Finlândia entrou oficialmente na Aliança em abril.

A.Rispoli--PV