Pallade Veneta - Para Rússia, OTAN é ameaça existencial

Para Rússia, OTAN é ameaça existencial


Para Rússia, OTAN é ameaça existencial
Para Rússia, OTAN é ameaça existencial / foto: Alexander Kazakov - SPUTNIK/AFP

A OTAN, que desde o fim da União Soviética incorporou 15 países europeus, é considerada uma ameaça existencial para a Rússia, ao ponto de servir de justificativa de sua ofensiva contra a Ucrânia.

Alterar tamanho do texto:

O pesadelo de Moscou - que a Ucrânia, o antigo "país irmão", se junte à Aliança - pode se tornar realidade.

Kiev reivindica uma "mensagem clara e positiva" sobre suas perspectivas de adesão na cúpula da OTAN que acontece nesta terça e quarta-feiras em Vilnius (Lituânia). Se a Rússia lançou uma ofensiva na Ucrânia, em fevereiro de 2022, foi, alegadamente, em grande medida para impedir que o país se tornasse parte da organização.

Desde 2014, a ampliação da OTAN está entre as “principais ameaças externas” da doutrina militar russa, documento que determina a política de defesa do país.

"A implantação de infraestruturas militares da OTAN perto das fronteiras russas é percebida em Moscou como uma ameaça real à segurança do país", disse à AFP o cientista político Georgi Bovt.

O ponto de inflexão na relação da Rússia com a OTAN foi a intervenção da Aliança no conflito iugoslavo em 1999, que levou o Kremlin a pensar que, “se no passado bombardearam Belgrado, podem bombardear Smolensk no futuro", afirma o especialista.

As relações começaram de forma distendida, quando, após o fim da Guerra Fria, a Rússia aderiu em 1994 à chamada Parceria para a Paz, programa da OTAN que oferece colaboração militar aos países do antigo bloco do Leste Europeu.

- Contingentes em oito países do leste -

Quase três décadas depois, a Aliança tem contingentes militares em oito países do Leste Europeu, quatro deles na fronteira com a Rússia.

Moscou considera essa expansão uma traição à promessa que lhe foi feita pelos países ocidentais após a queda da URSS de não expandir a Aliança - algo que o presidente russo, Vladimir Putin, vem repetindo há anos.

Nesse sentido, Moscou monitora de perto a possível adesão da Ucrânia à OTAN.

Mesmo que o encontro na Lituânia não leve a uma integração acelerada, "será dado um novo passo rumo à adesão", afirma Georgi Bovt.

Segundo o especialista, a Rússia "não tem nenhum motivo para pôr fim às suas operações militares" e, no sentido contrário, "enquanto a guerra continuar, a Ucrânia não será aceita na OTAN".

A Finlândia aderiu à OTAN em abril, praticamente dobrando a fronteira comum da Rússia com a Aliança, agora de mais de 2.500 quilômetros.

Já a Suécia deve aderir à Aliança logo após o sinal verde de Hungria e Turquia, próxima da Rússia, uma decisão que poderá complicar as relações de Ancara com Moscou.

O porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, destacou hoje que a Turquia está "mais orientada para o Ocidente do que para a Rússia" e pediu às autoridades turcas que tirem "os óculos cor de rosa" porque, segundo ele, "ninguém quer a Turquia na Europa".

A adesão da Ucrânia à OTAN é a principal preocupação em Moscou, que viu com bons olhos o fato de sua vizinha não ter recebido um convite oficial, nem um calendário preciso para aderir à Aliança, durante a cúpula da Lituânia.

A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, disse, ironicamente, que a cúpula da OTAN na Lituânia é um "espetáculo pitoresco", onde serão ouvidos "solos de violoncelo para apoiar a Ucrânia", mas sem oferecer a Kiev qualquer perspectiva real de integração.

M.Romero--PV

Apresentou

Biden anuncia compromisso 'histórico' com fundo para países mais pobres

O presidente americano, Joe Biden, anunciou um compromisso "histórico" de US$ 4 bilhões (R$ 23 bilhões) para um fundo do Banco Mundial que auxilie os países mais pobres do mundo, informou a Casa Branca nesta segunda-feira (18), antes de Donald Trump assumir o cargo com uma nova agenda de corte de custos.

Bombardeio israelense deixa ao menos 5 mortos no centro de Beirute

Pelo menos cinco pessoas morreram nesta segunda-feira (18) em um bombardeio israelense no centro de Beirute, capital do Líbano, enquanto um foguete lançado pelo movimento islamista Hezbollah matou uma mulher em Israel, em um conflito que não dá sinais de trégua.

Governo da Venezuela denuncia ataques contra instalações petrolíferas e culpa oposição

O governo da Venezuela denunciou nesta segunda-feira (18) que sua indústria petrolífera sofreu três "ataques" na semana passada, resultando em perdas milionárias, e responsabilizou a líder opositora María Corina Machado e o ex-integrante das forças especiais americanas Erik Prince.

Partido opositor pede anulação das eleições gerais de outubro em Moçambique

O partido Renamo, opositor em Moçambique, considerou, nesta segunda-feira (18), que as eleições gerais de outubro deveriam ser anuladas, ao contestar os resultados que deram a vitória ao partido no poder e que alimentaram manifestações mortais em todo o país.

Alterar tamanho do texto: