Candidato irá denunciar promotor por crise eleitoral na Guatemala
O candidato social-democrata Bernardo Arévalo anunciou nesta quinta-feira (13) que irá denunciar criminalmente o promotor Rafael Curruchiche, que pediu a inabilitação do seu partido, Semilla, e gerou incertezas em torno do segundo turno presidencial na Guatemala, marcado para agosto.
"O importante, agora, é agir contra o promotor corrupto Curruchiche", disse Arévalo em entrevista coletiva, após anunciar que irá denunciá-lo na Justiça por "prevaricação e outras séries de abusos que estão sendo cometidos".
"Estamos fazendo uso dos recursos e ferramentas que ainda restam da nossa democracia, porque há muito em jogo", ressaltou Arévalo, um sociólogo de 64 anos, afirmando que a petição do promotor "está fora das suas funções. Nem o Ministério Público, nem o tribunal têm capacidade de suspender a figura jurídica de nenhum partido, muito menos em meio a um processo eleitoral, como está claramente estabelecido na lei".
Para Arévalo, o que Curruchiche tenta, "em termos de insinuações e ambiguidades, é, simplesmente, semear dúvidas sobre a nossa honestidade, com um claro propósito político".
A candidata Sandra Torres anunciou que irá suspender sua campanha eleitoral devido à crise, para competir em igualdade de condições com Arévalo, após pedir ao presidente Alejandro Giammattei que se manifeste, diante "da situação difícil" que vive o país.
"Esta confusão e estes problemas afetam todos nós. Como candidata à Presidência, em protesto contra a situação político-eleitoral que vivemos, decidimos suspender nossa campanha eleitoral", disse Sandra, ex-mulher do presidente falecido Alvaro Colom, em entrevista coletiva. "Vemos com muita preocupação um presidente que está escondido."
A decisão judicial gerou manifestações e críticas. "O secretário-geral da ONU, António Guterres, acompanha de perto a evolução das eleições na Guatemala. Recebe com satisfação a certificação dos resultados do primeiro turno, mas observa com preocupação os relatos sobre as tentativas de influenciar o segundo turno e a tensão crescente que isto causa", declarou um porta-voz da ONU.
R.Lagomarsino--PV