Candidato reformista a primeiro-ministro da Tailândia suspenso do Parlamento
O Tribunal Constitucional da Tailândia suspendeu nesta quarta-feira (19) do cargo de deputado o candidato reformista ao posto de primeiro-ministro Pita Limjaroenrat, antes da segunda votação no Parlamento para definir se o vencedor das legislativas será ou não o chefe de Governo.
Em um comunicado, o tribunal informou que a suspensão permanecerá em vigor durante a análise de uma acusação contra Limjaroenrat por ser proprietário de ações de uma empresa de comunicação extinta, algo proibido entre os candidatos, de acordo com a lei tailandesa.
O processo, que pode levar à inabilitação do político, foi apresentado ao Tribunal Constitucional pela Comissão Eleitoral.
O líder do Partido 'Move Forward' (MFP), que venceu as eleições de maio, pode manter sua candidatura ao posto de primeiro-ministro, mas foi obrigado a deixar a Câmara e não poderá votar no Parlamento.
A decisão do tribunal foi divulgada quando o Parlamento estava reunido para debater pela segunda vez sobre a candidatura de Pita.
"Eu gostaria de dizer adeus até nos encontrarmos novamente", afirmou o deputado de 42 anos na Câmara, antes de erguer o punho ao deixar o plenário sob os aplausos dos colegas.
"Ficou claro que o voto do povo não é suficiente para governar o país, a candidatura precisa ser aprovada pelos senadores e provavelmente não terei apoio suficiente para a indicação como primeiro-ministro", admitiu o líder do MFP em uma mensagem publicada no Instagram.
Na semana passada, Pita ficou a 51 votos do que precisava para conseguir formar um governo.
O MFP conquistou a maioria das cadeiras na Câmara nas eleições de maio, com o apoio dos jovens e dos moradores dos centros urbanos, cansados após mais de uma década de governo tutelado pelo exército.
Mas a elite conservadora tailandesa teme o jovem candidato e seu compromisso de reformar as rígidas leis de lesa-majestade neste reino do sudeste asiático.
Os analistas consideram muito difícil que Pita consiga reverter o cenário de rejeição, que é evidente entre os senadores escolhidos pelo exército, um grupo no qual ele recebeu 13 votos de 249 possíveis.
A.Graziadei--PV