Partido do presidente sul-coreano é contra processo de impeachment
O partido governante na Coreia do Sul anunciou nesta quinta-feira (5, noite de quarta em Brasília) sua oposição ao processo de impeachment contra o presidente Yoon Suk Yeol, iniciado após a breve imposição de uma lei marcial que já resultou na renúncia do ministro da Defesa.
A medida, inédita desde a democratização do país em 1987, durou apenas algumas horas até que o Parlamento votasse contra ela, mas desencadeou uma crise política que ameaça o futuro do impopular presidente conservador.
A oposição, majoritária no Parlamento, apresentou uma moção de destituição que exigiria o apoio de pelo menos oito deputados do Partido do Poder Popular (governista) para atingir os dois terços necessários para sua aprovação.
No entanto, o líder parlamentar do partido, Choo Kyung-ho, afirmou nesta quinta-feira que "os 108 deputados do Partido do Poder Popular permanecerão unidos para rejeitar a destituição do presidente".
O dirigente do partido, Han Dong-hoon, também declarou que trabalharão "para evitar que a moção de destituição seja aprovada".
Ele garantiu, entretanto, que isso não significa "defender a lei marcial inconstitucional do presidente", ao qual já solicitou que deixe o partido.
Na noite de terça-feira, Yoon impôs a lei marcial alegando ameaças das "forças comunistas da Coreia do Norte" e de "elementos antinacionais" dentro do país.
A ordem civil foi suspensa por algumas horas, e o exército foi mobilizado ao redor do Parlamento, onde deputados da oposição enfrentaram as forças de segurança para conseguir entrar na câmara e votar contra a medida, o que levou Yoon a recuar na madrugada de quarta-feira.
Desde então, Yoon não fez aparições públicas. Nesta quinta-feira, ele aceitou a renúncia apresentada no dia anterior pelo ministro da Defesa, Kim Yong-hyun, conforme anunciou a Presidência.
A agência de notícias Yonhap informou que o Partido Democrata, líder da oposição, pretende que a Assembleia discuta a moção de destituição no sábado.
Se a moção for aprovada, o presidente será suspenso e substituído pelo primeiro-ministro enquanto a Corte Constitucional analisa o caso e emite um veredicto no prazo de 180 dias.
Caso o tribunal confirme a destituição, novas eleições presidenciais deverão ser realizadas em até 60 dias.
A.Saggese--PV