Brasil evacua funcionários da embaixada na Síria
O Brasil evacuou, nesta segunda-feira (9), seu embaixador na Síria e outros funcionários para o Líbano devido ao aumento das tensões no país após a derrubada do presidente Bashar al Assad, informou o Itamaraty.
"O embaixador do Brasil junto à Síria acompanhará, temporariamente, a situação a partir de Beirute", no Líbano, para onde se transferiu juntamente com os demais membros da representação diplomática "em razão das incertezas e instabilidade do atual contexto" na Síria, explicou o Ministério das Relações Exteriores em nota.
A transferência foi realizada em conjunto com as delegações de outros países, também baseadas na capital síria, Damasco.
O Itamaraty assegurou, também, que está "monitorando" a situação de cidadãos brasileiros na Síria e "prestando-lhes a assistência consular cabível, de forma remota, a partir de Beirute".
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo para que se assegure uma transição pacífica no país, que respeite sua independência, unidade, soberania e integridade territorial, segundo as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
Uma fonte do governo brasileiro disse à AFP que o embaixador André Luiz Azevedo e "um pequeno grupo" de funcionários administrativos permanecerão "lá até que a situação de segurança, as condições mínimas de segurança sejam restabelecidas".
O governo Lula tomou a decisão de retirar os representantes brasileiros da Síria devido a numerosos relatos de invasões e atos de vandalismo contra prédios públicos e algumas embaixadas, de acordo com a fonte.
As instalações da embaixada brasileira não foram alvo de ataques.
Após a tomada de Damasco no domingo pelos rebeldes sírios, a residência do embaixador italiano foi invadida por um "grupo armado" que roubou três carros, segundo o ministro das Relações Exteriores da Itália.
Na embaixada da Síria em Brasília, nesta segunda-feira, não havia nem a bandeira oficial nem a bandeira com três estrelas vermelhas, símbolo da oposição síria, que tem sido vista em múltiplas celebrações da saída de Assad dentro e fora do país, constatou a AFP.
A.Graziadei--PV