Pallade Veneta - Putin exalta avanço do exército russo na Ucrânia após ano 'crucial'

Putin exalta avanço do exército russo na Ucrânia após ano 'crucial'


Putin exalta avanço do exército russo na Ucrânia após ano 'crucial'
Putin exalta avanço do exército russo na Ucrânia após ano 'crucial' / foto: Grigory SYSOYEV - POOL/AFP

O presidente russo, Vladimir Putin, fez um balanço nesta segunda-feira (16) dos combates na Ucrânia em 2024 e se felicitou pelo avanço de suas tropas no front, ao final de um ano que qualificou como "crucial".

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As forças ucranianas, em menor número e com menos armamento, estão perdendo terreno gradualmente. Os soldados russos estão agora às portas de Pokrovsk, uma área de mineração e centro logístico no leste da Ucrânia, a qual tentam conquistar há meses.

"As tropas russas dispõem da iniciativa estratégica em toda a linha de contato", afirmou Putin em um discurso diante dos principais comandantes do Ministério da Defesa.

O presidente russo também reivindicou a "libertação" de 189 localidades durante 2024, usando o vocabulário utilizado por Moscou para designar a tomada de cidades e vilarejos ucranianos.

"O ano que acaba foi um ano crucial no cumprimento dos objetivos da operação militar especial", acrescentou, usando o termo oficial russo para o conflito.

O ministro da Defesa, Andrei Belousov, declarou na mesma reunião que as tropas russas tomaram quase 4.500 km² de território ucraniano neste ano e que avançam cerca de 30 km² por dia.

Segundo uma análise da AFP, com base em dados do Instituto para o Estudo da Guerra (ISW na sigla em inglês), uma organização americana, o exército russo avançou mais de 725 km² em território ucraniano em novembro, seu maior ganho territorial em um mês desde março de 2022, nas primeiras semanas de sua ofensiva em grande escala.

O recorde anterior era de outubro, com 478 km².

A Ucrânia tem uma superfície de mais de 600.000 km², dos quais a Rússia controla quase 20%, incluindo a península da Crimeia.

O exército russo também reivindicou nesta segunda-feira a conquista de uma nova localidade, Yelyzavtivka, situada a cerca de dez quilômetros ao sul de Kurakhove, uma cidade industrial do leste.

- Inteligência artificial -

O governo ucraniano trabalha para conter as tropas russas e exige mais apoio de seus aliados ocidentais.

No entanto, a sustentabilidade dessa ajuda, crucial desde o início da ofensiva russa, há quase três anos, não está garantida com o retorno de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos, que até agora foi o principal doador da Ucrânia.

Moscou e Kiev tentam influenciar a posição de Trump, que assumirá o cargo em janeiro, para as novas negociações entre as duas partes, as quais podem ter início no próximo ano.

Trump já pediu um "cessar-fogo imediato" e negociações. Mas tanto os europeus quanto a Ucrânia temem que Kiev seja forçada a fazer grandes concessões, o que representaria uma vitória militar e geopolítica ao Kremlin.

Putin também acusou novamente nesta segunda-feira os países da Otan, aliados da Ucrânia, de representarem uma ameaça à Rússia.

"Os países da Otan estão aumentando seus gastos militares. Formaram-se grupos de intervenção da Aliança e eles se reuniram perto das fronteiras da Rússia", afirmou.

A Otan tem fortalecido nos últimos meses sua presença no leste da Europa devido à ofensiva russa.

O Ministro da Defesa russo, por sua vez, julgou que seu exército deveria se preparar "para todos os possíveis desenvolvimentos na situação, incluindo a possibilidade de um conflito armado com a Otan na Europa nas próximas décadas".

Putin também indicou que as forças russas estão começando a utilizar sistemas assistidos por inteligência artificial. "Os soldados estão recebendo sistemas robóticos avançados, alguns dos quais utilizam tecnologias de inteligência artificial", afirmou.

C.Conti--PV