UE e países dos Bálcãs buscam 'progressos reais' em sua aproximação
Dirigentes dos países dos Bálcãs ocidentais e da UE celebram, nesta quarta-feira (18), uma cúpula em Bruxelas dedicada a buscar "progressos reais" na ampliação do bloco europeu, um processo relançado após a invasão russa da Ucrânia, em 2022.
"Queremos ver progressos reais no processo de ampliação [da UE] durante este mandato de cinco anos que temos", assegurou a nova chefe da diplomacia europeia, a ex-primeira-ministra estoniana Kaja Kallas.
Na opinião de Kallas, os países dos Bálcãs ocidentais "pertencem geograficamente à Europa. Por isso, é muito importante que também avancemos na nossa relação".
A ampliação da UE para incluir este grupo de países com pouco menos de 18 milhões de habitantes é um debate que se arrasta há mais de 20 anos.
Durante todo esse tempo, os avanços concretos neste diálogo foram escassos, mas a situação mudou com a invasão russa da Ucrânia, quando a UE decidiu dar um novo impulso ao processo.
O presidente de Montenegro, Jakov Milatovic, disse, ao chegar à reunião, que seu país era o que estava mais avançado no longo caminho para a adesão à UE.
Segundo Milatovic, a entrada de Montenegro no bloco enviaria um "sinal muito claro e positivo" para demonstrar que a política de ampliação da Europa "segue viva".
Os seis países dos Bálcãs ocidentais são candidatos à entrada na União Europeia: Albânia, Bósnia-Herzegovina, Kosovo, Macedônia do Norte, Montenegro e Sérvia.
No entanto, o processo tem vários problemas. De um lado, cinco países da UE, inclusive a Espanha, não reconhecem a independência de Kosovo.
Ao mesmo tempo, a UE não esconde as críticas ao governo da Sérvia, que tampouco reconhece Kosovo, por considerar que este país mantém relações muito próximas com a Rússia.
Um diplomata europeu disse que "as negociações com a Sérvia avançam bem depois de três anos de estagnação, mas continuam sendo difíceis".
O presidente do Conselho Europeu, o português António Costa, destacou, nesta quarta, que "pertencemos à mesma família europeia", e por isso, "para todos nós, a ampliação [da UE] é uma prioridade".
Acima de tudo, acrescentou o ex-primeiro português, "todos acreditamos que esta ampliação é o investimento geopolítico mais importante nos temas da paz, da segurança e da prosperidade".
No entanto, vários países do bloco defendem o fortalecimento e a consolidação da UE em seu formato atual, com 27 países, antes de incorporar mais membros.
Além dos países balcânicos, a Ucrânia e a Moldávia são candidatas a aderir à UE.
Em 2023, a UE concedeu à Geórgia a condição de país aspirante à adesão, mas o novo governo georgiano parece disposto a desistir da ideia de se aproximar do bloco europeu.
A Turquia segue sendo oficialmente candidata à UE, mas as negociações de adesão que se iniciaram em 2005 estão há vários anos estagnadas e sem muitas expectativas de avançar.
F.Dodaro--PV