Forças Armadas da China avançam em sua modernização, diz Pentágono
As Forças Armadas da China, que vêm trabalhando para se modernizar há décadas, fizeram progressos recentemente, segundo o relatório anual do Pentágono sobre as capacidades militares de Pequim, citando dados de inteligência e de fonte aberta.
De acordo com o relatório, encomendado pelo Congresso dos EUA e divulgado na quarta-feira, o Exército de Libertação Popular (ELP) continua se aprimorando, mas esses esforços foram prejudicados por casos de corrupção que levaram à demissão de comandantes seniores.
Veja a seguir os destaques do relatório:
- Reforço da Marinha -
A Marinha da China, a maior do mundo, tem mais de 370 navios e submarinos, em comparação com 340, de acordo com o relatório do Pentágono de 2022.
A Marinha também continuou a “aumentar sua capacidade” de realizar missões além da primeira cadeia de ilhas, que inclui Okinawa (Japão), Taiwan e Filipinas, acrescenta.
- Arsenal nuclear -
O estoque de ogivas nucleares operacionais da China também aumentou, passando de mais de 500 no ano passado para mais de 600 até 2024, segundo o relatório.
O estoque terá mais de 1.000 até 2030, já que a China busca “modernizar, diversificar e expandir rapidamente suas forças nucleares”.
Isso permitiria que a China “alcançasse mais cidades, instalações militares e locais de comando dos EUA do que nunca em um possível conflito nuclear”.
- Força Aérea -
A Força Aérea do ELP está “alcançando rapidamente as tecnologias” dos padrões dos EUA, segundo o relatório.
Ela está modernizando e desenvolvendo suas próprias aeronaves e sistemas aéreos não tripulados.
- Mísseis -
A China também está desenvolvendo novos mísseis balísticos intercontinentais que melhorarão “significativamente” sua força com capacidade nuclear e exigirão maior produção de ogivas nucleares, diz o documento.
O país também “provavelmente concluiu” em 2022 a construção de três novos campos de lançamento de mísseis balísticos intercontinentais, compreendendo pelo menos 300 novas unidades de lançamento de mísseis.
Pequim também pode estar buscando desenvolver mísseis intercontinentais convencionais capazes de atingir os Estados Unidos, acrescenta o relatório.
- Pegada global -
A China está procurando expandir sua infraestrutura e logística internacionais para “projetar e sustentar seu poder militar em grandes distâncias” além de sua base no Djibuti, de acordo com o Pentágono.
O ELP está supostamente considerando instalações de logística militar em países como Birmânia, Paquistão e Bangladesh, bem como no Quênia, Nigéria e outros.
- Pressão sobre Taiwan -
A China “intensificou” sua pressão diplomática, política e militar contra Taiwan em 2023, segundo o relatório.
O país “continuou a corroer as normas estabelecidas há muito tempo em Taiwan e em torno dela, empregando uma variedade de táticas de pressão”, acrescenta.
Essa pressão inclui uma presença naval em torno da ilha autônoma, que Pequim considera parte de seu território; maior entrada na zona de identificação aérea de Taiwan; e realização de grandes exercícios militares nas proximidades.
Citando dados do Ministério da Defesa Nacional de Taiwan, o Pentágono relatou um aumento no número de aeronaves chinesas cruzando a linha média do Estreito de Taiwan em 2023.
A.Graziadei--PV