Pallade Veneta - Incursão israelense deixa importante hospital de Gaza fora de serviço

Incursão israelense deixa importante hospital de Gaza fora de serviço


Incursão israelense deixa importante hospital de Gaza fora de serviço
Incursão israelense deixa importante hospital de Gaza fora de serviço / foto: - - AFP/Arquivos

Um ataque israelense contra milicianos do Hamas deixou fora de serviço o último hospital operacional no norte de Gaza e seu diretor foi detido, informaram neste sábado (28) a OMS e as autoridades de saúde do território palestino devastado pela guerra.

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A operação israelense deixou o hospital Kamal Adwan "inutilizável", declararam as autoridades de saúde de Gaza.

De acordo com o Ministério da Saúde da Faixa, as tropas israelenses levaram dezenas de profissionais médicos, incluindo o seu diretor, Hosam Abu Safiya, para um centro de detenção para interrogatório.

Este era o último grande hospital no norte de Gaza ainda em funcionamento, mas depois da incursão israelense ficou "fora de serviço", disse a Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Os relatórios iniciais indicam que alguns serviços importantes ficaram gravemente queimados e destruídos durante a operação. Sessenta funcionários e 25 pacientes estão em estado crítico", acrescentou a organização, com sede em Genebra.

"Ao prender o diretor do hospital Kamal Adwan, dezenas de funcionários da equipe médica e técnica e o diretor da Defesa Civil no norte, a ocupação destruiu completamente o quadro médico, humanitário e de resgate no norte de Gaza", denunciou o porta-voz da Defesa Civil, Mahmud Basal, em declarações à AFP.

A AFP contatou o Exército israelense, que não comentou essa informação.

Na sexta-feira, o Exército israelense anunciou ter lançado uma operação contra combatentes do Hamas perto deste hospital, que desempenha um papel essencial na Faixa de Gaza, onde o sistema de saúde foi devastado após mais de 14 meses de guerra entre Israel e o movimento islamista palestino.

Na sua declaração, as forças israelenses descreveram o hospital como um "reduto de organizações terroristas (…) usado como esconderijo por terroristas", o que o Hamas nega.

- "Destruir o sistema de saúde" -

Israel intensificou a sua ofensiva terrestre e aérea no norte da Faixa em 6 de outubro para impedir, segundo o Exército, o reagrupamento dos combatentes do Hamas.

Antes de iniciar a operação perto do hospital, o Exército declarou que suas tropas haviam "facilitado a retirada de civis, pacientes e pessoal médico".

Mas, segundo o Hamas, "o Exército de ocupação invadiu o hospital Kamal Adwan, forçando a retirada do pessoal médico, dos pacientes, dos feridos e dos deslocados".

O Exército israelense acusa o Hamas de usar hospitais como centros de comando para lançar ataques contra as suas forças, alegações que o grupo islamista rejeita.

"As mentiras do inimigo sobre o hospital pretendem justificar o crime abominável cometido hoje pelo exército de ocupação, que evacuou e queimou todos os serviços hospitalares como parte de um plano de extermínio e deslocamento forçado", disse o Hamas na sexta-feira, e pediu uma comissão de investigação da ONU.

O Ministério da Saúde do território palestino afirmou, citando o diretor do hospital, que o exército israelense "incendiou todos os serviços de cirurgia" do centro.

Na manhã de sexta-feira, havia no estabelecimento cerca de 350 pessoas, incluindo 75 feridos e doentes, assim como 180 membros da equipe de saúde, segundo a mesma fonte.

A Defesa Civil de Gaza reportou nove mortos em um bombardeio israelense na manhã deste sábado contra uma casa no centro do território.

A guerra em Gaza foi desencadeada em 7 de outubro de 2023, quando milicianos islamistas mataram mais de 1.200 pessoas no sul de Israel, a maioria civis, e sequestraram 251, de acordo com um número baseado em números oficiais israelenses.

A campanha militar lançada em retaliação por Israel deixou até agora quase 45.500 mortos em Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território palestino.

P.Colombo--PV