Marco Rubio defende trabalhar 'em cooperação' com o México contra cartéis
Marco Rubio, escolhido por Donald Trump como o futuro chefe da diplomacia americana, defendeu, nesta quarta-feira (15), trabalhar "em cooperação" com o México contra os cartéis que, segundo ele, detêm o "controle operacional sobre enormes extensões das regiões de fronteira" entre os dois países.
O presidente eleito Trump declarou recentemente que o México é chefiado por cartéis do narcotráfico, ao que a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, respondeu dizendo que "o povo governa" em seu país.
Os cartéis "têm basicamente o controle operacional sobre enormes extensões das regiões fronteiriças entre o México e os Estados Unidos. É simplesmente um fato infeliz, que teremos que enfrentar com nossos parceiros no México", assinalou Rubio durante uma audiência no Senado para confirmá-lo no cargo.
Rubio qualificou de "ferramenta imperfeita" a possibilidade de designar os cartéis como organizações terroristas estrangeiras, mas não descartou fazê-lo.
"Seja esta a ferramenta que usemos, que talvez não seja a adequada, ou alguma nova que concebamos, é importante para nós não só perseguir estes grupos, mas identificá-los e chamá-los pelo que são, isto é, terroristas (...) porque estão aterrorizando os Estados Unidos com a migração maciça e o fluxo de drogas", afirmou.
Sobre a possibilidade de Trump usar o exército contra os cartéis, como ameaçou fazer, Rubio disse: "É uma opção que o presidente tem à sua disposição".
"Minha preferência da perspectiva do Departamento de Estado seria que os mexicanos cooperassem neste assunto porque está impactando tanto a sua nação quanto a nossa. Estos grupos sofisticados, estas organizações criminosas não só ameaçam os Estados Unidos, ameaçam a política mexicana", afirmou, lembrando que os cartéis mataram jornalistas e políticos.
Interessa aos dois países trabalhar "em cooperação para desmantelar estes grupos e não permitir que continuem o reinado do terror".
Estas organizações, declarou, "estão ameaçando a soberania e a segurança do Estado mexicano".
No geral, o futuro chefe da diplomacia vê "três aéreas de atrito" com o México: "o comércio e as violações dos acordos comerciais", controlar "o problema migratório na fronteira" e "a violência" dos grupos transnacionais.
Trump ameaçou México e Canadá, seus sócios no tratado de livre comércio T-MEC, com tarifas alfandegárias muito altas até que sejam tomadas medidas contra o tráfico de fentanil e as travessias fronteiriças de migrantes ilegais quando assumir o cargo, em 20 de janeiro.
O republicano de 78 anos abriu uma nova frente dizendo que gostaria de trocar o nome do Golfo do México para "Golfo da América".
"Por que não chamamos [os Estados Unidos] de América Mexicana?, Soa bonito, não?", respondeu a presidente mexicana.
D.Bruno--PV