Pallade Veneta - Colômbia denuncia plano para matar negociador de paz

Colômbia denuncia plano para matar negociador de paz


Colômbia denuncia plano para matar negociador de paz
Colômbia denuncia plano para matar negociador de paz / foto: Daniel MUNOZ - AFP/Arquivos

O comissário de paz do governo da Colômbia, Otty Patiño, denunciou nesta quinta-feira (16) que o Exército de Libertação Nacional (ELN) está "pagando assassinos" para matar seu principal assessor, que o grupo armado responsabiliza pela crise nas negociações, que já duram mais de dois anos.

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Os guerrilheiros "tomaram a decisão, e a implementaram, de assassinar Álvaro Jiménez", chefe da delegação de paz do governo com o grupo narco Clã do Golfo e assessor nas conversas com o ELN, afirmou Patiño ao grupo de mídia Caracol.

Embora não tenha sido informado um ataque concreto, o comissário afirmou que os guerrilheiros "estão pagando assassinos para que o façam". Para ele, "é um atentado em si, não apenas contra Álvaro, mas contra todo esse processo de paz" com os rebeldes, que não chegou a acordos concretos depois de mais de dois anos.

O governo reprova a pouca disposição da guerrilha a assinar a paz, o que se evidencia em ataques contra a população civil e as forças de segurança. Já os rebeldes denunciam uma estratégia de Bogotá para dividi-los ao reconhecer nas negociações a facção "Los Comuneros del Sur", um grupo dissidente do ELN que opera no departamento de Nariño (sudoeste).

"Eles manifestaram há muito tempo que Álvaro foi o homem que organizou toda a questão do fracionamento dos Comuneros, o que não é verdade", criticou Patiño.

Após ser consultado pelo governo, "o ELN garantiu que não existem ameaças ou planos como os mencionados" pelo comissário, segundo comunicado oficial publicado posteriormente.

O presidente Gustavo Petro começou a dialogar com o ELN no fim de 2022, quando se tornou o primeiro esquerdista a assumir o poder na Colômbia. Após diversas crises, o governo colombiano e o ELN retomaram em novembro as negociações de paz, que haviam sido suspensas em setembro, após um ataque dos rebeldes contra uma base militar, no qual três soldados morreram e 28 ficaram feridos.

O governo anunciou o início de uma "nova etapa" das negociações para janeiro, quando se espera discutir o cessar-fogo suspenso desde agosto.

M.Jacobucci--PV