Promotores pedem prorrogação da detenção do presidente destituído da Coreia do Sul
Os promotores sul-coreanos pediram, nesta sexta-feira (17), uma prorrogação da detenção do presidente destituído, Yoon Suk Yeol, que continua se recusando a comentar sobre a imposição da lei marcial em dezembro.
A medida, revogada horas depois, mergulhou o país em uma grave crise política, desencadeou um pedido de impeachment que agora está sendo analisado pelo Tribunal Constitucional e fez de Yoon o primeiro presidente sul-coreano a ser preso no cargo.
A ordem judicial que permitiu sua prisão estava prestes a expirar nesta sexta-feira, 48 horas após sua detenção na quarta-feira.
Os promotores, portanto, entraram com um nova ordem de prisão que, se aprovada, estenderá sua detenção por um período de 20 dias, dando tempo para formalizar as acusações.
Agentes do Gabinete de Investigação de Corrupção, que lideram a investigação sobre a suposta insurreição, convocaram o líder para interrogatório na manhã desta sexta-feira, informou a agência de notícias sul-coreana Yonhap.
No entanto, seu advogado Yoon Kab-keun disse à AFP que Yoon se recusou a comparecer.
Outro de seus advogados, Seok Dong-hyeon, disse aos repórteres que seu cliente já havia explicado a sua posição aos investigadores e que não havia razão para responder às suas perguntas.
Após sua prisão na quarta-feira, Yoon foi interrogado por várias horas, mas invocou seu direito de permanecer em silêncio.
Em uma declaração divulgada nesta sexta-feira pelos advogados de Yoon, o líder disse que estava "bem".
"Estou aproveitando esse tempo para organizar meus pensamentos", disse Yoon. "Ouvi dizer que muitos cidadãos se levantaram no frio para se unirem pelo nosso país. Sou verdadeiramente grato por seu patriotismo fervoroso", acrescentou.
Durante semanas, o líder conservador evitou a prisão, escondendo-se em sua residência em Seul, protegido pelos serviços de segurança presidenciais e por centenas de apoiadores.
Membros armados da guarda presidencial impediram uma primeira prisão em 3 de janeiro. Na quarta-feira, centenas de policiais e agentes anticorrupção invadiram sua residência e conseguiram prendê-lo.
Mais tarde, Yoon disse que concordou em cooperar com a prisão para evitar um "derramamento de sangue".
O líder também é alvo de um processo no Tribunal Constitucional, que deve decidir se ratifica ou rejeita o pedido de impeachment aprovado pela Assembleia Nacional.
N.Tartaglione--PV