EUA aprova primeira vacina contra chikungunya
Os Estados Unidos aprovaram, nesta quinta-feira (9), uma vacina do grupo Valneva contra a chikungunya, a primeira contra essa doença viral presente na região das Américas, que se propaga pela picada de mosquitos.
A vacina será comercializada com o nome Ixchiq e é autorizada para pessoas com mais de 18 anos, que estão mais expostas ao vírus, informou a agência reguladora de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos, FDA, em um comunicado.
Os sintomas mais comuns da infecção são febre e dor nas articulações, mas o vírus também pode causar irritação na pele.
A dor severa nas articulações dura alguns dias, mas pode persistir durante meses, e inclusive anos.
A chikungunya "é uma ameaça emergente para a saúde mundial, com pelo menos cinco milhões de casos de infecção" pelo vírus registrados durante os últimos 15 anos, informa a FDA.
O maior risco de infecção está nas regiões tropicais e subtropicais da África, no sudeste asiático e, desde o fim de 2013, em partes das Américas.
"A infecção pelo vírus chikungunya pode provocar doenças graves e problemas de saúde prolongados, especialmente em pessoas da terceira idade e indivíduos com problemas médicos subjacentes", explica Peter Marks, diretor do Centro de Avaliação e Pesquisa de Produtos Biológicos da FDA, citado no comunicado.
A vacina consiste em uma dose injetável e contém uma versão atenuada do vírus chikungunya, uma técnica de imunização usada com frequência.
- Dois ensaios clínicos -
Foram realizados dois ensaios clínicos na América do Norte com milhares de pessoas.
Os principais efeitos secundários são dores de cabeça ou musculares, fadiga e inclusive náuseas e em poucos casos foram observadas reações mais graves, afirmou a FDA.
Dois participantes do ensaio clínico que receberam a vacina tiveram que ser hospitalizados.
Até agora, não existia uma vacina ou tratamento com medicamentos antivirais para esta enfermidade, cujo nome procede da língua africana makonde e significa "curvar-se de dor".
A única forma de evitar a chikungunya, descrito pela primeira vez durante um surto no sul da Tanzânia em 1952, era utilizar repelentes de insetos.
Para ser transmitido, o vírus necessita de um vetor, que é o mosquito, e só é possível padecer da doença uma vez, pois a pessoa desenvolve imunidade por toda a vida, explica a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) em seu site.
As mães que têm chikungunya durante a gestação "não transmitem o vírus a seus bebês", mas há relatos de casos de transmissão materna ao recém-nascido quando a mãe tem febre alguns dias antes ou no momento do parto, acrescenta.
A Valneva também apresentou um pedido de autorização à Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês).
L.Guglielmino--PV