Trump enviou em sigilo testes de covid para Putin, revela livro
Donald Trump enviou em sigilo testes de covid-19 para o colega russo, Vladimir Putin, quando era presidente dos Estados Unidos (apesar da escassez desse item no país), e conversou com o líder russo várias vezes após deixar o cargo, revela um livro escrito pelo jornalista renomado Bob Woodward.
Em "War", cujos trechos foram publicados pelo jornal Washington Post nesta terça-feira, Woodward afirma que Trump manteve o contato com Putin, inclusive durante a campanha para um novo mandato presidencial, apesar de a Rússia travar uma guerra contra a Ucrânia, aliada dos Estados Unidos.
Em 2020, Trump enviou um lote de testes para Putin, que lhe pediu que mantivesse sigilo. Segundo Woodward, Putin disse a Trump: "Não quero que você conte a ninguém porque as pessoas ficarão aborrecidas com você, não comigo".
Woodward também cita um assessor anônimo de Trump, que afirma que o ex-presidente conversou com Putin até sete vezes desde que deixou a Casa Branca, em 2021. No começo de 2024, Trump pediu a esse assessor que se retirasse do seu escritório na residência de Mar-a-Lago, Flórida, para que ele pudesse falar ao telefone com Putin, afirma o jornalista.
O presidente Joe Biden criticou Trump nesta terça-feira pela forma como ele lidou com a pandemia, que chamou de vergonhosa. "Mais de 1 milhão de pessoas morreram, mas adivinhem... ele telefonou para seu grande amigo, Putin - não é piada -, e garantiu que ele tivesse os testes."
O livro será lançado no próximo dia 15, três semanas antes de uma eleição presidencial disputada nos Estados Unidos, entre Trump e a vice-presidente democrata, Kamala Harris.
"Trump foi o presidente mais imprudente e impulsivo da história dos Estados Unidos e está demonstrando o mesmo caráter como candidato presidencial em 2024", escreveu Woodward.
A equipe de campanha de Trump chamou o livro de "lixo" e "histórias inventadas". São "o trabalho de um homem verdadeiramente demente e transtornado", disse à AFP o diretor de comunicações, Steven Cheung.
O livro descreve alguns dos erros de Biden e sua luta para evitar uma escalada do conflito no Oriente Médio, incluindo a exasperação do mandatário democrata com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ao ver que seus esforços por um cessar-fogo entre Israel e o Hamas não obtinham sucesso.
L.Barone--PV