Pallade Veneta - Jornalistas perdem influência entre os jovens, aponta estudo

Jornalistas perdem influência entre os jovens, aponta estudo


Jornalistas perdem influência entre os jovens, aponta estudo
Jornalistas perdem influência entre os jovens, aponta estudo / foto: DENIS CHARLET - AFP/Arquivos

Os jovens se informam cada vez mais por meio das redes sociais e de influenciadores e celebridades, deixando de lado os jornalistas, aponta o relatório 2023 do Instituto Reuters para o Estudo do Jornalismo, associado à Universidade de Oxford.

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O documento, divulgado nesta quarta-feira (14), tem como base pesquisas feitas online pela sociedade YouGov, que ouviu 94 mil pessoas, de 46 países.

O fato mais notável neste ano é que a maioria dos usuários do TikTok, Snapchat e Instagram (55%, 55% e 52%, respectivamente) disseram que confiam mais em influenciadores ou celebridades para se informar. Por outro lado, no Facebook e Twitter, redes menos usadas pelos jovens, os jornalistas continuam a ser a principal fonte de notícias.

O autor principal do estudo, Nic Newman, citou à AFP o exemplo do jovem inglês Matt Welland, que, em sua conta no TikTok, com 2,8 milhões de seguidores, aborda temas da atualidade ou do cotidiano.

"Ou pode ser o caso de uma celebridade levantar um tema da atualidade" para promover uma campanha, acrescentou Newman, citando como exemplo o jogador de futebol inglês Marcus Rashford, que organizou em 2020 uma campanha com o objetivo de financiar refeições gratuitas para crianças carentes.

- TikTok ganha espaço -

Para a geração TikTok, o termo "notícia" tem um significado mais amplo do que o tradicional. Para estes jovens, notícia "é qualquer novidade que esteja acontecendo em qualquer área da vida: esportes, entretenimento, fofoca, atualidades, cultura, artes, tecnologia, etc.", explicou o Instituto Reuters no ano passado, em um estudo dedicado especificamente a este tema.

As redes sociais com foco maior em vídeos ganham espaço rapidamente. Embora "continue sendo uma das redes sociais mais utilizadas no mundo, o Facebook perde importância como canal de acesso à informação", destaca o relatório.

Em 2023, 28% dos entrevistados disseram que se informam via Facebook. Em 2016, eram 42%.

A rede chinesa TikTok, que faz bastante sucesso na América Latina, Ásia e África, registra o maior crescimento. É usada por 20% dos jovens entre 18 e 24 anos como fonte de informação, 5 pontos percentuais a mais do que em 2022. O aplicativo é acusado por países ocidentais de ser uma ferramenta de espionagem a serviço de Pequim.

Os entrevistados reconheceram que estão mais dependentes das redes sociais. Ao mesmo tempo, têm consciência do risco de desinformação e manifestaram desconfiança em relação aos algoritmos que selecionam o que eles veem nestas plataformas.

O público de notícias usa cada vez mais as plataformas digitais e sociais como intermediárias, antes de procurar um veículo de comunicação, o que pressiona o modelo econômico destas organizações, baseado em publicidade e assinaturas.

Esta mudança "é muito mais importante" para a indústria da informação do que a digitalização do conteúdo, ressaltou o diretor do Instituto Reuters, Rasmus Kleis Nielsen.

U.Paccione--PV