Pallade Veneta - Ciclone Mocha deixa mais de 80 mortos em Mianmar

Ciclone Mocha deixa mais de 80 mortos em Mianmar


Ciclone Mocha deixa mais de 80 mortos em Mianmar
Ciclone Mocha deixa mais de 80 mortos em Mianmar / foto: SAI Aung MAIN - AFP

O ciclone Mocha deixou mais de 80 mortos ao passar por Mianmar, segundo o último balanço das autoridades locais, no momento em que a população tenta reconstruir suas casas e aguarda a chegada de ajuda.

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O ciclone Mocha atingiu a costa do país no domingo com ventos de até 195 km/h, derrubando postes de energia elétrica e destruindo barcos de pesca.

Pelo menos 46 pessoas morreram nas aldeias de Bu Ma e nas proximidades de Khaung Doke Kar, no estado de Rakhine, habitado pela perseguida minoria muçulmana rohingya, disseram líderes locais à AFP.

Treze pessoas também morreram quando um mosteiro desabou em um vilarejo no município de Rathedaung, ao norte de Sittwe, capital de Rakhine, e uma mulher morreu quando um prédio desabou em um vilarejo vizinho, de acordo com a MRTV, estatal de Mianmar.

"Haverá mais mortes porque mais de 100 pessoas estão desaparecidas", disse Karlo, um líder local da cidade de Bu Ma.

Nas proximidades, Aa Bul Hu Son, um homem de 66 anos, rezava no túmulo de sua filha, cujo corpo foi encontrado na manhã desta terça-feira.

"Eu não estava bem de saúde antes do ciclone, então demoramos muito para seguir até outro lugar", contou à AFP.

"Enquanto pensávamos em sair, as ondas chegaram rapidamente e nos levaram embora", disse o morador.

O homem disse que encontrou o corpo da filha no lago da cidade e a enterrou logo depois.

"Não tenho palavras para expressar minha perda", afirmou.

Outros moradores percorreram a costa em busca de seus familiares arrastados pela tempestade que acompanhou o ciclone.

O ciclone Mocha é o mais poderoso a atingir esta área em uma década, arrancando árvores e cortando as comunicações na maior parte do estado de Rakhine.

O balanço oficial divulgado pela junta militar na segunda-feira citava cinco mortes e um número indeterminado de feridos.

Os rohingya são considerados forasteiros em Mianmar, onde não têm direito à cidadania e a atendimento de saúde. Eles precisam de permissão para deixar suas aldeias em Rakhine.

Uma parte dessa minoria vive em acampamentos para deslocados após décadas de conflito.

A Acnur, agência de refugiados da ONU, afirmou que está investigando vários relatos sobre populações rohingya que moravam nesses acampamentos e que aparentemente morreram devido à tempestade.

A China disse que está "disposta a entregar ajuda de emergência para catástrofes", segundo um comunicado publicado na página do Facebook da embaixada de Pequim em Mianmar.

D.Vanacore--PV