Pallade Veneta - Presidência da COP28 pede que 'compromisso' pelo clima seja alcançado

Presidência da COP28 pede que 'compromisso' pelo clima seja alcançado


Presidência da COP28 pede que 'compromisso' pelo clima seja alcançado
Presidência da COP28 pede que 'compromisso' pelo clima seja alcançado / foto: Karim Sahib - AFP

A presidência dos Emirados Árabes Unidos na conferência da ONU sobre o clima (COP28) instou, nesta quarta-feira (6), os participantes a trabalharem com um "espírito de compromisso" para alcançar um acordo sobre o futuro dos combustíveis fósseis, faltando seis dias para o fim da cúpula.

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O presidente da cúpula, o emiradense Sultan Al Jaber, pediu aos representantes de quase 200 países presentes em Dubai que saíssem de suas "zonas de conforto para encontrar terreno comum e obter um resultado equilibrado e de grande ambição".

A conferência começou na semana passada de maneira mais do que promissora, com o anúncio da criação de um fundo de "perdas e danos" para apoiar países afetados pelo aquecimento global.

No entanto, nesta quarta-feira, a primeira semana de discussões terminou sem avanços nos pontos controversos de um rascunho publicado na véspera.

A União Europeia (UE), Estados Unidos, nações insulares e países africanos insistem em que é necessário "abandonar" os combustíveis fósseis (petróleo, gás, carvão) como fontes de energia.

Mas China e países produtores de petróleo, liderados pela Arábia Saudita, pensam que a declaração final não deveria fazer menção alguma aos combustíveis fósseis.

Segundo os climatologistas, quanto mais cedo o mundo abandonar essas fontes de energia, mais chances há de limitar o aumento da temperatura do planeta a um máximo de +1,5 °C em relação à média pré-industrial.

Al Jaber instou a "fazer propostas que aproximem posições sobre os combustíveis fósseis, as energias renováveis e a eficiência energética, em acordo com a ciência".

Grupos ambientalistas viram com desconfiança a presidência da COP nas mãos de Al Jaber, que lidera a empresa nacional de petróleo dos Emirados, a ADNOC, mas o líder tentou dissipar as preocupações afirmando que considera a redução dos combustíveis fósseis como um processo "inevitável".

Al Jaber também deixou claro que se comprometeria totalmente na última fase das negociações e indicou que na sexta-feira de manhã apresentaria seu plano de batalha, após a pausa habitual de quinta-feira nestas longas negociações.

"É importante acelerar e garantir que todos os ministros e chefes de delegação se envolvam", destacou.

- 'Parar de fingir' -

O responsável pelos assuntos climáticos da ONU, Simon Stiell, considerou que o rascunho da declaração final estava "cheio de desejos" que refletem mais uma "postura".

Os países devem parar de "fingir exageradamente", afirmou.

O dia começou sob a pressão de um relatório do observatório climático europeu Copernicus, que revelou que o planeta atingiu em novembro seu sexto mês consecutivo de recorde de temperatura, tornando 2023 o ano mais quente já registrado.

O fenômeno climático cíclico de El Niño, que ocorre no Pacífico, reforçou o aumento das temperaturas em 2023, embora tenha causado menos "anomalias" do que em 2015-2016. No entanto, ainda não atingiu seu ponto máximo.

Em novembro de 2023, a temperatura na superfície dos oceanos também foi a mais alta para esta época do ano, 0,25 °C acima do recorde anterior estabelecido em novembro de 2015. Este recorde mensal de calor se soma aos já batidos a cada mês desde abril.

A COP28 se encerra oficialmente em 12 de dezembro.

Seu principal objetivo é aumentar a ambição coletiva para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, com novos prazos, compromissos mais rigorosos e números o mais concretos possível de financiamento.

O ponto de partida das negociações é o balanço da ação climática desde o Acordo de Paris de 2015, que já foi estabelecido em setembro, com muitas ambiguidades.

A situação é "muito dinâmica" em todos os capítulos que devem ser negociados, segundo uma fonte conhecedora das discussões.

Em alguns aspectos, como o dedicado à adaptação às mudanças climáticas, não há consenso algum, advertiu uma fonte latino-americana que pediu anonimato.

C.Conti--PV